O parto

Como prometido aqui vai:
Tenho dito que tudo o que havia para correr bem correu, e é verdade.
No dia 1 de Junho entrei de baixa. Queria aproveitar os últimos dias de gravidez para descansar, porque à noite já não dormia nada de jeito, as dores nas costas eram muitas e não havia posição nenhuma que me deixasse minimamente confortável. Nos dias que estive em casa aproveitei para preparar as últimas coisinhas para a chegada da minha pimpolha. Ainda consegui ir uns bocadinhos à praia para ganhar uma corzinha (que por esta altura já está a desaparecer, claro), e fazer umas caminhadas na areia.
No dia 8 fomos fazer o primeiro CTG, que não mostrou nada de especial, só que a bebé estava bem, mas nada de contracções. Fiquei de ir passada uma semana repetir o exame.

No dia 15, fui com os meus pais para a praia, andámos mais de uma hora a passo acelerado à beira mar, e eu sentia-me optimamente, cheia de energia. Estava já mentalizada que o parto deveria acontecer depois da data prevista, uma vez que não tinha tido ainda qualquer sintoma. Não estava nada inchada, não tinha dores nenhumas... enfim, nada...
O papá foi ter comigo à casa dos meus pais para almoçarmos e às 2h lá foi a minha mãe comigo outra vez ao CTG. A técnica disse logo que quanto às contracções estava na mesma, e que ainda devia demorar... Quando fui falar com a médica, para mostrar o exame, ela disse-me o mesmo, mas quis voltar a observar-me e fazer o toque, porque estava já com 39 semanas e 3 dias. Segundo ela, o colo do útero contava uma história diferente do CTG. Disse-me que estava com 2cm de dilatação, e que estava tudo a preparar-se para a chegada da minha menina, apontando o parto para a data certa - 4 dias depois (agora já sei que ela não quis dizer nada para eu não ficar ansiosa). O toque, ao contrário do que ouvia dizer, não me doeu nadinha...
Saí do consultório já depois das 3h e tinha uma lista de coisas para ir fazer com a minha mãe para a rua das lojas. Estacionei o carro perto do trabalho do VH, mas com medo que estivesse mal estacionado liguei-lhe para ele ir à janela e ver. Assim que saio do carro, ainda ele não tinha atendido o telefone, sinto uma enchurrada pernas abaixo. Assim que o papá atendeu disse-lhe para vir embora. Eram 15h25. Ainda fomos a casa, fui tomar duche e mudar de roupa. Chegámos ao hospital eram 4 e pouco. A minha mãe estava super nervosa, o VH tentava manter-se calmo, e eu estava super calma, continuava sem dores nenhumas e ninguém me tirava o sorriso da cara.
Fui recebida por uma enfermeira super simpática que recolheu toda a informação, e depois de me observar disse que estava com 4 cm de dilatação. Eu tinha sentido a primeira contracção em casa, depois do duche, mas foi muito leve. Nesta altura estava a sentir umas contracções leves, mas com intervalos pequenos. Mandaram-me logo para a sala de partos, e chamaram o VH para ir ter comigo. Pelo caminho, cruzei-me com o anestesista e "informei-o" que ia precisar dele. A minha mãe entretanto já tinha ido chamar a A. uma enfermeira especialista em obstetrícia, amiga dela, que eu conheço desde sempre, e que nos deu as aulas de preparação para o parto. Passado cerca de 1 hora comecei a sentir as contracções mais fortes e muito próximas, pedi a epidural, que não demorou nada a chegar. Logo depois de levar a anestesia, mandaram-me deitar de barriga para cima para ligarem novamente o CTG. Passados uns segundos começo a ver entrar médicos e enfermeiros na sala, puseram-me oxigénio, e a braçadeira para ver a tensão. Achei tudo muito estranho, porque continuava a sentir-me muito bem. Depois mandaram-me deitar de lado e passado pouco tempo começaram a sair. Só nessa altura consegui perguntar à A. o que tinha acontecido. Segundo ela, a Daniela não gostou que a mãe estivesse de barriga para cima, e o batimento cardíaco dela baixou muito, bem como a minha tensão. Mas num instante voltou tudo ao normal. As contracções mais fortes que senti, que me fizeram aplicar as técnicas de respiração que tinha aprendido para não me descontrolar (e que mesmo assim acho que não devem ser nada...) foram nos 15 minutos antes de a epidural começar a fazer efeito. Eram cerca das 17h30. Nessa altura estávamos eu, o VH, a A. e a minha "prima" AN. que também é enfermeira e que foi para lá um bocadinho estar connosco, na maior galhofa, a tirar fotos, a pôr a conversa em dia. Só sei que daí até a minha filha nascer o tempo passou a correr. De vez em quando lá aparecia um enfermeiro para ver a dilatação, que continuava a progredir bem, mas como o Bloco de Partos estava cheio, nem andaram muito por lá. Eu estava descansada porque tinha a A. ali connosco, que estava atenta a qualquer sinal. O VH estava super bem disposto, muito contente, sempre a tentar manter-me bem disposta. Por volta das 19h veio uma médica, que disse que a dilatação estava quase completa, e para ir fazendo força, para o bebé rodar, que estava mesmo quase a nascer. Quando chegou a hora, veio a enfermeira, e depois de fazer força 3 ou 4 vezes, senti a minha filhota nascer. Eram 20h48. Uma grande moça, nas palavras da enfermeira :) o pai cortou o cordão, tiraram-na por momentos para aspirar, pesaram-na, e voltaram a pô-la, exactamente como nasceu, no meu peito. Esteve ali cerca de 45 minutos, enquanto trataram de mim. Fartei-me de mexer e dar beijinhos à minha filhota e o pai também. O papá deliciou-se a tirar fotografias aos primeiros momentos da pimpolha, e depois deliciou-se com o colinho. Quando fui para o recobro, o VH saiu um pouco, para ir falar com os avós que estavam todos à porta do serviço, e a minha mãe e a madrasta do VH entraram um bocadinho para ver as meninas. Já era perto da 1h da manhã quando nos vieram buscar para a enfermaria, e só os dois avôs é que não tinham visto a netinha. Parámos um bocadinho na sala de espera para o "babadouro" como disse a enfermeira, para os avós verem a pequenita e fomos para o quarto.
A minha Daniela decidiu nascer numa noite completamente lotada. Nasceram mais 6 bebés enquanto estivemos na sala de partos. O internamento estava cheio e passei a primeira noite numa maca (que nem por isso era tão desconfortável porque me arranjaram um colchão grosso), num quarto com mais 4 mamãs e bebés. Claro que não dormi nada. Estive a noite toda a adorar o meu rebento, deliciada.

6 expressões:

Patricia disse...

lendo as tuas palavras até parece fácil :) fico feliz por as coisas terem corrido bem...

bjs para as 2

Softy Susana disse...

Ai amiga... não sei se são as hormonas, mas já me fizeste chorar de alegria!!! Fico mesmo feliz que tenha corrido tudo tão bem! Beijo grande para os tr~es! Mesmo grande!
Luv u!

Inês de Castro disse...

Amori...a parte do toque não doi 1 vez ou duas... agora imagina umas 10 ou mais..LOOOOOOOOOOOOOOOL

Foste uma sortuda e que bom! =)))

PF disse...

Amori, fico tão contente por tudo ter corrido bem! Desde o primeiro minuto em que recebi a tua primeira mensagem naquele dia que estive sempre contigo em pensamento! E fiquei tão feliz quando soube que estava tudo bem! Mas olha, não te fizeram aquilo que chamamos de toque que dói. O toque que dói é quando não tens dilatação e eles forçam a abertura. Dói e bem, não é, Inês? e ainda bem que não te fizeram, Carina! :) beijinhos muito, muito, muito grandes para vocês três

Sofia Caeiro disse...

também fiquei emocionada com a tua descrição - e sim até parece facil ;D

ainda bem que correu tudo bem!

beijocas

PF disse...

E mais coisas? não tens mais nada para nos pôr a par? miss u bejus